segunda-feira, 29 de setembro de 2014

SÃO MIGUEL DO GOSTOSO - RN





As 05:00 horas da manhã levantamos e nos dirigimos a Praia do Maceió, afim de contemplar o nascer do astro-rei. Realmente é um espetáculo à parte, lindo, vale muito. Após inúmeras fotos, resolvi realizar uma caminhada a partir da Praia do Maceió, que de acordo com depoimento dos moradores locais, maceiós, foram pequenas lagoas que eram formadas pelas águas do mar nas grandes marés. Segundo ainda os locais, hoje esse fenômeno já não acontece mais, pois a duna que se formou no local impede a entrada da água do mar. O nome desta praia prova que esse fenômeno existiu um dia. Seguindo na direção sul pela areia, primeira praia, Praia da Xêpa, que possui este nome, devido a instalação em 1943, época da Segunda Guerra Mundial, de tropas do exército brasileiro na vila para defender nossa orla. As refeições que sobravam eram distribuídas na praia e era chamada “hora da xêpa”. Os alimentos eram fartos e sempre era doado uma parte à população. É a praia mais central e mais badalada. Tem um espaço turístico com quadra de futebol e um amplo espaço onde são comemoradas todas as festas da cidade, inclusive a festa de São Miguel, padroeiro da cidade, comemorada em um dos dia que estávamos na cidade. Não tem pedras e é ideal para tomar um bom banho de mar. Continuando a caminhada pela areia, cheguei a Praia do Cardeiro, nome dado devido a um pé de Cardeiro que aqui apareceu após um período de avanço do mar e finalmente Praia da Ponta do Santo Cristo, que diz a lenda que em 1501 após fincar o marco do descobrimento na Praia do Marco, a expedição de Gaspar de Lemos navegava sul quando passou por esta ponta e avistou um grupo indigena. Resolveram então ancorar e desembarcar, pois, pelos acenos feitos pelos índios, supunham que estes fossem civilizados. Foram então pegos de surpresa quando chegaram na praia e os índios os atacaram aprisionando o padre que fazia parte da expedição. O padre foi morto e depois devorado bem em frente do restante da tripulação que fugia sob forte ataque dos índios. Algum tempo depois o crucifixo do padre foi encontrado e daí veio o nome de Ponta de Santo Cristo. Hoje, o lugar nos faz lembrar apenas paz, tranqüilidade, provando que é Gostoso demais. Deste ponto retornei pelas mesmas praias, seguindo até o final na direção norte, quase até a Praia de Tourinhos. É muito gostoso caminhar por horas e quilômetros nas areias da praia de São Miguel do Gostoso – RN, vendo o sol nascer e não encontrar ninguém. Realmente o lugar é muito gostoso, é gostoso demais, e isto não tem preço.
Considerações Finais:
São Miguel do Gostoso firma-se como um dos principais litorais do Rio Grande do Norte. Empreendedores locais e estrangeiros vêm transformando a vila em um importante centro turístico, sendo elogiado pela beleza da paisagem e o sossego do lugar. “Aqui se faz gostoso” é o lema da cidade e seus moradores fazem questão de honrá-lo caprichando no serviço de atendimento aos visitantes com máxima gentileza e educação. A cada dia, consolida-se na visão especializada como um dos mais novos points turísticos do Nordeste. Com um perfil definido de turismo de lazer, sem o agito e voltado para os esportes náuticos, a Revista Veja escolheu esta praia como o melhor "Novo Destino" do litoral norte baseado nas belezas do local, no fluxo de investimentos e nas taxas de crescimento do movimento de turistas. Um dos litorais mais interessantes é a Praia de Tourinhos, que "poderia figurar tranquilamente na lista das praias mais belas do Brasil". Uma enseada de águas claras e mornas, praticamente deserta, com uma duna gigante que se petrificou há cerca de 2000 anos e se transformou num morro com cerca de 8 metros de altura, com vista deslumbrante. São Miguel do Gostoso é um lugar limpo, tranquilo e seguro; ideal para descansar e fugir do estresse urbano. Seu litoral se alinha paralelamente à linha do Equador e a posição geográfica favoreceu o desenho de suas praias. Uma temperatura média de 26 graus e lindas praias que convidam à descontração, ao banho de mar e aos prazeres da vida em cenário belo, rústico e aconchegante, onde a beira-mar é pontuada não só por dunas, mas também por pousadas e restaurantes charmosos.
Esta viagem tão cedo não sairá de nossas memórias. Não sei dizer se foi melhor o litoral norte ou o sul, porém seguramente ambos foram muitos marcantes. Como esquecer as dunas com inúmeros cataventos gigantes, o sol nascendo e se pondo nas praias, os passeios de buggys nas dunas. Apesar de ter valido a pena conhecer o litoral  sul e norte de São Miguel do Gostoso, achamos que deveríamos ter ficado mais um dia no povoado, visto que há muita coisa para ser vista por lá. Ficou nítida a sensação de que precisávamos de mais tempo. Depois de ter conhecido João Pessoa, Pipa e Natal, agora consigo entender o porquê das pessoas se apaixonarem tanto por “Gostoso”. O passeio é uma aventura constante em contato com uma natureza ainda selvagem, paisagens paradisíacas, pessoas simpáticas e muito sol, mais muito sol mesmo! Esta é a hora do Gostoso! Visite São Miguel do Gostoso e você definitivamente terá algumas estórias para contar para seus amigos.













DICAS
1- Associação de Bugueiros de São Miguel do Gostoso - Complemente a tranquilidade de sua estadia na cidade curtindo os passeios oferecidos pela Associação.
Tel: (84) 9497-0263/8124-2070/9155-9584             E-mail: lucbuggy@hotmail.com

2- KZ TRANSFER - Se você está procurando transporte de Natal para São Miguel do Gostoso, ou vice-versa, ou ainda qualquer outra rota.  Atualmente trabalha em parceria com todas as pousadas de Gostoso.
Tel: 55 84 9171 1228    ou 55 84 9973 3320, ou 55 11 9135 1187, ou Cel: 9973 3320
3- Passeio de buggy
- Sentido litoral norte, o passeio de buggy vai de São Miguel do Gostoso até Galinhos, dura aproximada 08 horas e custa R$ 300,00 para até 4 pessoas.
- Sentido litoral sul, o passeio de buggy vai de São Miguel do Gostoso até Maracajú, dura aproximada 08 horas e custa R$ 300,00 para até 4 pessoas.
4- Padaria Pão Gostoso- lanches e deliciosos. sucos naturais, hambúrgueres, salgados, bolos.... e agora, sopas! Excelentes preços. Vale muito o custo/benefício. Av dos Arrecifes 1463 – Centro Tel: 55-84-3263-4257 e 9182-6400
5- Pousada Mirante do Mar
6- Cachaçaria e Restaurante Urca do Tubarão. RN 221 Km 8 - Rua Urca do Tubarão 8122 - São José 
Tel: 55-84-3693-2090  www.urcadotubarao.com.br



domingo, 14 de setembro de 2014

PICO DO PIÃO - IBITIPOCA / MG




Há muito tempo pretendíamos voltar a Conceição de Ibitipoca, para refazer a trilha da Janela do Céu e do Circuito das Águas, e fazer a trilha do Pico do Pião que não realizamos. Desta vez o grupo formado por Gabriel, Daniel, Diego, Thiago, Ismar, Herbert e eu, partiu sexta-feira à tarde em dois carros em direção ao Parque Estadual de Ibitipoca, localizado nos contrafortes da serra da Mantiqueira, entre o Rio de janeiro e Belo Horizonte, no Município de Lima Duarte.
Acordamos cedo e novamente nos dirigimos em direção ao parque para realizarmos os 11 Km (ida e volta) do Circuito da Serra do Pião. Neste dia o grupo estava completo, então fomos para o parque dividido em 2 grupos, por ter apenas um carro disponível. Enquanto aguardávamos o outro grupo na portaria do parque, fomos agraciados com a presença de um mono carvoeiro, o maior primata do Brasil, pulando de galho em galho, um colírio para nossos olhos. A caminhada começou efetivamente no Centro de Visitantes e após 2 km, passamos pela Gruta do Monjolinho, e 3 Km depois pela Gruta do Pião e logo a seguir a Gruta dos Viajantes. Quase 2 horas depois de caminhada, apesar de trechos bem íngremes, deixando algumas grutas para visitação no retorno, chegamos a 1720 metros de altitude, cume do Pico do Pião, segundo ponto mais alto do Parque, assim chamado porque, visto de longe, assemelha-se a um pião com a ponta virada para cima. No seu topo, encontram-se as ruínas da antiga Capela Senhor Bom Jesus da Serra, onde restam apenas o altar e o piso. Dizem que a primeira missa celebrada no Pico do Pião foi em 15 de Agosto de 1925, muito antes da construção da capela. Do topo temos uma visão de 360° e é possível ver a Serra da Mantiqueira, o vale do Rio do Salto, alguns morros com matas e aglomerados urbanos, de lá também se tem uma excelente visão do nascer do sol, uma vista que recompensa o esforço da subida.
No retorno paramos na Gruta dos Viajantes, a 1.653 m de altitude, que recebe este nome por ter servido de abrigo a muitos viajantes que passaram por Ibitipoca, onde uma escadaria de madeira nos leva a entrada que dá acesso a um grande salão com rochas de formas inusitadas, iluminadas pela luz solar. Esta gruta atravessa um paredão de 200m de um lado ao outro, possuindo dois portais. Seu corredor principal segue a beira de um filete de água, possuindo várias galerias laterais com túneis de variados tamanhos. (distância da portaria: 5100m). A vegetação no seu entorno é de mata úmida, com árvores de pequeno porte e exuberantes bromélias. Saímos desta caverna extasiados por ver tanta beleza. Posteriormente passamos pela Pequena, mas charmosa Gruta do Pião localizada num paredão cercado por capão de mata, seu corredor principal de teto baixo e piso plano chega a um salão que se ramifica em algumas pequenas galerias (distância da portaria: 4500m).
Continuando a descida, chegamos rapidamente a trilha principal, que dá acesso também a Janela do Céu e a Gruta do Monjolinho, e posteriormente a trilha que dá acesso a Ponte de Pedra, onde o grupo se dividiu, uma parte seguiu em direção a Cachoeira dos Macacos e outra para o Lago dos Espelhos, a pouco mais de 500m do estacionamento, onde todos se encontraram novamente para um relaxante banho nesse lago, em suas águas geladas, que não fica a dever em nada pela sua beleza. Por fim, a prainha, na entrada do parque, que é ideal para descansar depois de um dia intenso de aventura. Almoçamos no restaurante do parque.
Por falta de tempo não realizamos todos os 5 km do trajeto do circuito das águas, que é o circuito mais popular do parque por ser o mais curto e com muitas atrações. Durante o passeio é possível encontrar lagos, cachoeiras, grutas e outras formações rochosas. Como eu já disse anteriormente, o parque é muito bem sinalizado e esse passeio não tem necessidade de contratar um guia. Nesse circuito você ira conhecer o Lago dos Espelhos, Ducha, Lago Negro, Prainha das Elfas, Prainha, Gruta dos Gnomos, Lago das Miragens, Ponte de Pedra, Cachoeira dos Macacos, Rio do Salto e a Gruta dos Coelhos, que é a atração mais próxima a entrada do parque. A Ponte de Pedra tem uma altura aproximada de 40 metros. O arco da ponte que foi formado a milhares de anos atrás, quando a correnteza era gigantesca e violenta.
Na vila não deixe de conhecer a Matriz Nossa Senhora da Conceição de Ibitipoca, que serve como marco na história do distrito. Provavelmente começou a ser construída em 1692, porém em sua fachada consta o ano de 1768, que podemos deduzir como a data da sua conclusão. E a Igreja Nossa Senhora do Rosário, construída no início do século XIX pelos escravos negros, que eram impedidos de assistir às missas na Matriz.

Ver mais fotos, dicas e relatório na íntegra dessa expedição no site:http://toperambulando.com.br/





































sábado, 13 de setembro de 2014

JANELA DO CÉU - IBITIPOCA - MG

Há muito tempo pretendíamos voltar a Conceição de Ibitipoca, para refazer a trilha da Janela do Céu e do Circuito das Águas, e fazer a trilha do Pico do Pião que não realizamos. Desta vez o grupo formado por Gabriel, Daniel, Diego, Thiago, Ismar, Herbert e eu, partiu sexta-feira à tarde em dois carros em direção ao Parque Estadual de Ibitipoca, localizado nos contrafortes da serra da Mantiqueira, entre o Rio de janeiro e Belo Horizonte, no Município de Lima Duarte.
Manhã de sábado, após o café da manhã na pousada partimos para a nossa primeira trilha, a da Janela do Céu, é o trekking mais longo e puxado do parque, pois são aproximadamente 16km incluindo ida e volta. Só que andamos mais que isto, pois voltamos pela trilha que dá acesso ao Pico do Pião. Após os procedimentos para entrada no parque, caminhamos até o Centro de Visitantes, onde um funcionário nos orientou como deveríamos fazer o roteiro.
Retornamos em direção a entrada do parque e iniciamos a trilha, enfrentando logo de cara uma subida bem longa e cansativa, apesar de não ser muito íngreme, onde observamos funcionários do parque catalogando algumas espécias da flora local. Depois disso a trilha variou entre algumas subidas e descidas, até chegar, após 3,5 Km ao Pico do Cruzeiro a 1.600 m de altura, onde existe uma cruz de madeira, que teria sido instalada na década de 1940.
Antigo ponto de peregrinação, hoje um belo mirante, na data de 3 de maio, Dia de Santa Cruz, a comunidade se reúne no Cruzeiro para rezar “o terço cantado”. De lá, avistamos grande parte do Parque, o Pico da Lombada e o Pico do Pião. Logo à frente, visitamos a Gruta da Cruz escondida entre algumas árvores de pequeno porte, bromélias, samambaias e liquens do tipo “barba-de-velho”, dependurados nas ramificações e galhos, cuja entrada se encontra numa pequena depressão do terreno, com cavidade de 50 m e 15 m de desnível, que também merece uma visita. Uma grande clarabóia ilumina seu salão principal.
Dois quilômetros de subida íngreme após esta parada nos presentearam com o ponto mais alto do Parque. A 1784m estávamos no Pico da Lombada, com uma visão de 360° que abrange o Pico do Pião, propriedades rurais, vilas e cidades do entorno, e grande parte da Serra da Mantiqueira.
Prosseguindo na trilha encontramos muitas outras atrações e histórias. Como a bela Gruta dos Moreiras, a pequena Gruta dos Fugitivos que tem todo seu percurso iluminado naturalmente, e que era usada como esconderijo para os escravos que fugiam dos engenhos nos séculos passados e a Gruta dos 3 Arcos, que tem este nome devido à existência de três aberturas, que permitem a entrada de luz, dispensando assim o uso de lanterna. Deste ponto seguimos ao encontro do nosso objetivo neste dia, onde depois de aproximadamente 9km de caminhada com subidas, descidas, grutas, cachoeiras e paisagens totalmente diferentes e deslumbrantes, chegamos a atração mais procurada pelos visitantes, a que dá o nome ao circuito, a espetacular Janela do Céu.
A explicação é simples: uma abertura em forma de um pequeno arco sobre o leito do Rio Vermelho que despenca de um enorme paredão, proporcionando a visão do céu, dos vales e mares de montanhas. Essa abertura, formada pela vegetação, lembra uma janela. No lado esquerdo, há um mirante natural, de onde se avista um paredão na direção contrária e as quedas de uma cachoeira. Um dos pontos mais lindos que encontramos no Parque. Ali lanchamos e tomamos um banho revigorante nas águas límpidas e geladas das piscinas naturais.
Desse ponto, continuaríamos a trilha em direção a Cachoeirinha por dentro do rio, apreciando parte de um pequeno cânion, pois caminhar pela água seria mais emocionante e mais fresco do que andar pela trilha, até porque o astro-rei não dava trégua, porém nos alertaram que com mochilas e máquinas fotográficas seria muito difícil. Retornamos a trilha e seguimos até chegarmos na Cachoeirinha, que possui uma queda de 30 metros de altura, porém com um pequeno volume de água, devido a seca na região, ganhava um aspecto de chuveiro ao despencar do paredão, por causa do vento, desaguando em um diminuto poço la embaixo. Do topo da cachoeira, observamos os paredões em forma de cânions que o circundam, cobertos de vegetação. À margem esquerda, um banco de areia branca, que forma uma prainha. Por ultimo aproveitamos o mirante, o da Lagoa Seca, para sentir o ar puro, contemplar a bela paisagem no horizonte e continuar o retorno.
Depois de muitas subidas e descidas, passamos pela entrada da trilha que dá acesso ao Pico do Pião, pela Gruta do Monjolinho, pela entrada da ponte de pedra e lago dos Espelhos, Prainha, e finalmente o restaurante do parque, onde encontramos nosso amigo Ismar, que nos aguardava, pois estava tratando do reboque de seu carro, e que por este motivo na fez a trilha.
Depois de um dia como este, com quase 20 Km de trilha, saímos à noite para jantarmos na acolhedora vila, bebemos cervejas artesanais do local, curtimos uma boa música ao vivo e realizamos uma pequena caminhada ao luar para dormimos com as estrelas, pois estas pareciam estar a poucos metros de distância de nossos dedos, até porque no dia seguinte mais perambulada pelas trilhas.

Ver mais fotos, dicas e relatório na íntegra dessa expedição no site:http://toperambulando.com.br/