terça-feira, 21 de abril de 2015

MORRO DO LAMEIRÃO - RJ


Desde criança, quando passava pela Av. Santa Cruz no trecho compreendido pelos bairros de Santíssimo e Augusto Vasconcelos, ficava observando o Morro do Lameirão e seu belo conjunto de formações rochosas e isso permaneceu por décadas. Pois bem, com o passar dos anos me tornei amante da natureza e principalmente das montanhas. Sempre vinha na minha mente conquistar aquela montanha, porém por um ou outro motivo isto não acontecia. Até que nesse feriado de 21 de abril, finalmente realizei essa trilha.
As 8 horas da manhã, horário combinado em frente a minha casa, meu genro Rafael, meu filho Biel, meus amigos Daniel e Binho e eu nos dirigimos até o ponto de ônibus mais próximo para pegar um busão, que nos deixou no bairro de Santíssimo, logo após a ETERJ, próximo a estação de trensVários outros amigos que confirmaram não apareceram, já estou acostumado com isso. Hehehehehehe.
Iniciamos a caminhada bem próximo ao ponto de ônibus, na Rua Engoá e no final dela pegamos uma estrada de terra, aberta a alguns anos atrás por tratores, com objetivo de reflorestar o morro. A trilha propriamente dita apresenta um forte aclive no início, e com 10 minutos já podemos visualizar uma bela vista de parte da Zona Oeste, principalmente da região de Bangu. Depois pegamos um trecho plano, inclusive passando por um pequeno e único sítio da caminhada. A partir deste trecho a caminhada começa a ficar novamente mais puxada, até a base da torre de transmissão de energia, de onde se tem uma bela visão das várias formações rochosas que fazem parte do morro do Lameirão, inclusive das Chapeletas. Neste ponto existe uma bifurcação, o correto é à esquerda, mas seguimos à direita, a errada, e tivemos que inventar uma trilha, pois a vegetação estava alta, principalmente capim navalha, o que custou em todos vários cortes no corpo. Conseguimos bravamente chegar a base das “Chapeletas”, graças ao Rafael, que neste trecho foi um verdadeiro desbravador, um bandeirante.

Curtimos muito essa formação rochosa, onde tiramos muitas fotografias, tanto na sua base que apresenta uma enorme fenda entre as pedras, apresentando como pano de fundo o bairro de Santíssimo, quanto em seu topo que conseguimos atingir através de uma pequena escalaminhada. Do seu topo vislumbramos boa parte dos bairros compreendidos entre Campo Grande e Bangu, além da Serra do Mendanha e do Parque Estadual da Pedra Branca e de descobrimos a verdadeira trilha para chegar até este ponto, á direita de quem está olhando em direção as montanhas do Mendanha.
Saímos das Chapeletas, alguns a chamam de Gordo e Magro, e enfrentamos novamente um trecho de subida bem puxada, até chegar a uma parte plana, com vegetação baixa e muito bonita, já quase no topo do morro. Paramos sobre uma grande laje de pedra, onde lanchamos e descansamos por mais de meia hora, a vontade era mesmo tirar uma soneca naquele lugar mágico e sossegado, apesar do calor.
Dali, seguimos mais um pequeno trecho praticamente plano até chegar a parte mais alta do morro, onde
subimos mais uma bela rocha, com um maravilhoso mirante, de onde se tem uma vista de 360°, fantástica. Um visual indescritível, inclusive da Restinga de Marambaia bem longe, que surpreende a todos. Após um bom tempo de muita paz e contemplação da natureza, além é claro de muitas fotos, resolvemos iniciar a descida. Um dos caminhantes, que prefiro não citar o nome, sugeriu que a descida fosse realizada por uma trilha alternativa, que observamos do cume, mais uma furada, pois após uns 10 minutos a trilha sumiu. Conclusão, novo bandeirante na área, desta vez nosso amigo Binho, que após um bom tempo desbravando, ufa, o grupo alcançou novamente a trilha tradicional. O sol não dava trégua, a água acabou e só nos restou ao chegar no fim da trilha beber algumas cervas estupidamente gelada no primeiro bar que encontramos, hehehehehe.
É isso galera, existem trilhas que surpreendem a gente e essa é uma delas, é considerada de moderada a semi-pesada, com percurso de 1,5 Km de extensão, somente ida, levando aproximadamente 1:30 h até o ponto culminante, com 464 metros de altitude. Esperei mais de 60 anos para conquistar essa montanha, e com certeza valeu muito, me surpreendeu com seus belos visuais, se soubesse o que encontraria pela frente não esperaria tanto tempo assim.