domingo, 31 de janeiro de 2016

MEIA VOLTA DA ILHA DE ITACURUÇA / RJ



Domingo ensolarado, foi um dia perfeito para esta maravilhosa caminhada pela Ilha de Itacuruça. Me arrependeria redondamente se não tivesse ido ao encontro dos meus amigos da Zona Oeste. A pequena Itacuruçá, distrito de Mangaratiba, é o ponto de partida para passeios de saveiro que levam ao arquipélago formado pelas ilhas de Jaguanum, Martins e Itacuruçá, ou para os amantes de trilhas, pois a vantagem desses aventureiros de pé no chão é de poder sentir plenamente o contato com a natureza, que neste percurso nos proporciona muitas paisagens de tirar o fôlego.
Depois de estacionar o carro, encontrei os amigos na pracinha situada em frente ao cais e após os acertos para a travessia até a ilha, embarcamos com muita descontração num pequeno taxiboat até a Praia da Flecheira. Já na ilha, começamos a trilha no sentido anti-horário e logo de cara contemplamos o belo visual do canal de Itacuruça com suas águas verdes típicas dessa região e com muita movimentação de barcos e saveiros, num vai-e-vem constante, o que já era esperado, devido ao último dia de férias para muita gente e proximidade do carnaval. Depois de alguns minutos caminhando por um trecho preservado e belo, porém pavimentado com uma cobertura de concreto, chegamos a primeira praia de nome “Bartel”, praia de grande beleza e extensão, possui uma estreita faixa de areia clara, águas tranquilas e verdes que convidam a todos para um mergulho. É cercada por grande área verde, coqueiros fazem sombra para os que querem descansar. Conta com diversas casas de veraneio próximas a orla e costuma ser pouco frequentada por turistas, já que as diversas construções próximas tornam essa praia quase que particular. É um bom lugar para relaxar, repor as energias perdidas na correria do dia-a-dia. Com tanta beleza, não há quem resista a um mergulho nas águas cristalinas dessa praia. Nós resistimos e
seguimos em frente até a Praia da Guarda, situada bem em frente a Ilha Jardim. Esta praia de pequena extensão, possui uma estreita faixa de areia,  mar calmo de águas esverdeadas, muito propício para o banho. Também com diversas casas de veraneio, é caracterizada por ser uma praia de pouco movimento. Para o visitante que deseja conhecer o lugar, é indicado que leve alimentos e bebidas para garantir um dia tranquilo na praia.
Seguimos ora pela areia, ora pela trilha em plena Mata Atlantica, embora ainda houvesse muitas casas pelo caminho até à Praia Grande, como esperávamos estava lotada. Com uma boa faixa de areia clara, possui mar calmo, ótimo para o banho. É cercada por grande área verde, como a maior parte das praias da região. É considerado um bom lugar para se conhecer, mas os que gostam de tranquilidade devem evitar a alta temporada. Com boa infraestrutura, conta com quiosques e restaurantes, que servem diversos pratos e petiscos. O turista pode contar também com algumas pousadas localizadas no lugar. É um ótimo lugar para a família, que pode aproveitar um belo dia na praia com o conforto de ter tudo próximo.  Nesta praia pude reencontrar a família de meu amigo e ex-vizinho Ailton, que resolveram morar por lá. Continuando paramos para lanchar e felizmente para o primeiro banho de mar na belíssima Praia da Fazenda, situada no final da Praia Grande. Mar de águas calmas, cristalinas e esverdeadas, realmente um colírio para os nossos olhos e revigorante para o nosso corpo castigado pela alta temperatura proporcionada pela astro-rei. Ainda tivemos o privilégio de nos banharmos num pequeno riacho que desemborca na praia.
Depois do estômago forrado, e revigorados pelo banho e pela beleza dessa praia, prosseguimos em direção a Prainha até o lado sudeste da ilha, agora subindo uma íngreme e bem demarcada trilha, e, como sempre muito agradável, já que havia lugares em que caminhávamos a poucos metros do costão onde as ondas da Baía de Sepetiba batiam serenamente. Nesta parte da trilha era possível ver claramente a Restinga de Marambaia, ao longe o maciço do Parque Estadual de Cunhambebe e também as embarcações que passavam de um lado para outro. Na linda Prainha, encontramos  centenas de barracas  armadas na área em frente a praia, uma verdadeira muvuca com  vários grupos acampados, já esperando o carnaval. Uma pena, não podermos desfrutar de um gostoso banho em uma das praias mais bonita da ilha, pois a freqüência neste local não era das melhores. Passamos batido e quase as 13h chegávamos à outrora desabitada Praia da Maria Russa, pois para os conhecedores do local não havia nesta praia nenhuma construção, agora existe um barzinho montado onde encontramos comes e bebes diversificados. Para muitos uma decepção, pois o charme da praia era justamente seu estilo mais primitivo. Confesso que não conheci esta praia antes, sempre prefiro a natureza, porém me senti em pleno Caribe, desfrutando daquele mar exuberante, água transparente e morna e de cor esverdeada, com aquela mata densa em seu entorno, cheia de coqueiros e ainda ouvindo música caribenha, realmente divinal.
Curtimos um bom tempo aquela praia, alguns membros do grupo até tiraram um cochilo na sombra proporcionada pelas amendoeiras e antes de partimos fui conhecer e tomar um banho numa pequena cachoeira formada por um riachinho que desce da montanha.
Às 14h30 saíamos dali em direção à Praia de Águas Lindas, verdadeiro povoado num dos lugares mais ermos da
ilha, praia com 600 metros de extensão, com atracadouro para embarcações, inclusive saveiros cheios de turistas que aportam ali para mergulhar e nadar em suas águas cristalinas. Embora com habitações de padrão construtivo mais elevado, também ali o adensamento se mostra cada vez mais caótico. Assim, paramos apenas para comer e beber mais alguma coisa e seguir em frente. Vinha agora o trecho mais pesado e cascudo da caminhada, a travessia da cumeeira insular. Por sorte, vez por outra soprava um vento bem fresco, o que nos ajudou a vencer o desnível de aproximadamente 330 metros de altitude. Também a sombra da exuberante mata dos trechos mais altos contribuiu para melhorar nossa motivação.
Chegamos de volta à Gamboa às 18h, percorrendo esse que é o maior povoado da ilha em mais 20 minutos até o local de embarque para voltar ao continente.

Considerações finais:
Com diversos pontos turísticos, a cidade de Itacuruçá possui muitas praias, ilhas e alguns lugares históricos. Dentre suas praias podemos destacar a Praia Grande, uma das mais movimentadas da região, abrigando quiosques e pousadas. As ilhas e cachoeiras são outro atrativo à parte, e costumam receber muitos turistas. Igrejas e uma antiga estação ferroviária que hoje abriga um centro cultural também são bons pontos de turismo. Por ser próximo da capital, Itacuruçá é um bom lugar para se visitar, saindo da rotina e conhecendo novos ambientes, sem precisar ir muito longe.
Notei, como já imaginava encontrar, um crescimento explosivo de ocupações desordenadas no traçado da trilha, pois em toda orla brasileira acontece isso. Muitas delas aparentemente irregulares, sendo grande parte das construções de baixo custo, algumas inclusive invadindo o traçado da trilha.
Fora isso, é um lugar tranquilo e acolhedor, pois o município costuma receber diversos visitantes durante o ano, principalmente durante o verão. Muitos provenientes da capital do Estado, que encontram aqui a oportunidade de relaxar distante dos grandes centros.
Destaco aqui o alto astral do grupo, formado além de mim, do Paulinho, do Carlos, do João Sergio, do Ivo e da Leila, a única representante do sexo feminino. Finalizando posso afirmar que esta foi uma caminhada memorável. Também pela beleza do lugar, não podia ser diferente.

DICAS
-Ônibus: Rio de Janeiro / Itacuruçá: A melhor pedida é ir de ônibus da capital até Itacuruçá. Atualmente a empresa que faz esse trajeto é a Expresso. Ela vai da capital até Mangaratiba, parando em vários distritos (como Itacuruçá e Muriqui). Não sei o preço.
-Estacionar carro somente em local permitido, pois multas e reboques ocorrem a todo momento.
-Preço dos barcos por pessoa para a travessia até a Praia das Flecheiras ou Gamboa é de R$ 3,00.
-De volta à cidade, escolha um dos quiosques do cais para petiscar peixe frito, camarões e lulas. Para fazer a digestão, visite a igrejinha de Nossa Senhora de Sant'Ana e a antiga estação de trem, erguida no século 19 e que virou centro cultural. 



Ao fundo Itacuruça

Ao fundo Itacuruça



Ao fundo Ilha Jardim

Praia do Bartel

Praia do Bartel

Ao fundo Maciço do Parque Estadual de Cunhambebe


Praia da Guarda

Praia da Guarda


Ao fundo Maciço do Parque Estadual de Cunhambebe

Ao fundo Praia Grande

Praia Grande

Praia da Fazenda

Praia da Fazenda

Praia da Fazenda


Praia da Viola


Prainha

Prainha

Ao fundo Prainha e Praia Grande

Ao fundo Ilha Grande

Praia da Boa Vista

Praia da Boa Vista

Praia da Boa Vista

Ilha Pestana de Siri

Ilha Pestana de Siri

Praia de Maria Russa

Praia de Maria Russa

Praia de Maria Russa

Praia de Maria Russa

Chegando a Águas Lindas

Águas Lindas

Águas Lindas

Águas Lindas

Águas Lindas

Águas Lindas

Águas Lindas

Atravessando o cume da ilha

Atravessando o cume da ilha

Atravessando o cume da ilha

Chegando a Praia de Gamboa

Chegando a Praia de Gamboa